Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, mais conhecido como Pe. Léo, nasceu em 9 de outubro de 1961. Veio de família humilde de Delfim Moreira, Sul de Minas Gerais, no vilarejo conhecido por Biguá. É o nono filho de Joaquim Mendes Pereira (seu Quinzinho) e Maria Nazaré Guimarães (dona Nazaré).
Antes de ingressar no seminário foi torneiro mecânico e também trabalhou em uma fábrica de armas em Itajubá (MG). Somente em 1982 entrou no Seminário Dehonista na cidade de Lavras (MG), pertencente à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Pe. Léo foi ordenado Sacerdote em 1990, atuou na formação de novos religiosos e sacerdotes, também na área da educação e, em 1995, fundou a Comunidade Bethânia.
Seu carisma tornou-se amplamente conhecido no Brasil por meio da grande atuação na Renovação Carismática Católica. Foi pregador de multidões desde o tempo de formação presbiteral. Participou de Cenáculos e vários outros encontros. Com seu jeito alegre e irreverente de ser, apaixonado pela Sagrada Escritura, utilizava-se de exemplos concretos e simples do dia a dia para chegar aos corações mais endurecidos. Utilizava linguagem simples que prendia a atenção do ouvinte e ao mesmo tempo o convidava a uma experiência íntima com a pessoa de Jesus, não somente racional, mas de forma afetiva.
Atuou como verdadeiro profeta do Coração de Jesus em vários meios de comunicação. Publicou 27 livros, atuou em programas católicos de televisão na Associação do Senhor Jesus, em Valinhos (SP) e, posteriormente, no Sistema de Comunicação – Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), onde ganhou fama nacional e internacional.
Após 16 anos de sacerdócio, vivendo integralmente o seguimento de Cristo, Pe. Léo faleceu em 4 de janeiro de 2007, aos 45 anos, vítima de infecção generalizada por causa de um câncer no sistema linfático. Sua obra e memória continuam vivas nos corações de quem o ama e daqueles que fazem parte da família Bethânia.
“Sou um sujeito que desde criança quis ser padre; e muito pobre, tentei ir para o seminário, mas não fui aceito. Então fui trabalhar até conseguir ter roupas suficientes, fazer meu enxoval. Fui para o seminário com 21 anos. Tinha namorada, fui noivo, e descobri a Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, que é o que eu tento viver: Quero ser um homem do Coração de Jesus. Vivo no meio de jovens drogados, prostituídos, aidéticos. Tento ser um deles e eles me ensinam muito”, Padre Léo, scj.
O caminho da beatificação
O processo de beatificação do Padre Léo começou em outubro de 2017, quando os padres Vicente, Lúcio e Elinton visitaram o bispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Durante a conversa, foi explícita a vontade de tornar Léo um beato, pedido que foi aprovado pelo arcebispo.
Após esta etapa foi criado o Instituto Padre Léo, entidade responsável pela coleta dos testemunhos dos milagres para depois serem encaminhados ao processo de beatificação e indicado o Pe. Lúcio Tardivo, bth, como autor da causa, que acompanhará todos os trâmites.
Já no dia 8 de dezembro de 2019, a Comunidade Bethânia anunciou oficialmente a autorização da abertura do processo de beatificação do Padre Léo. Em seguida, ocorreu a abertura do processo no dia 7 de março de 2020, com a realização de uma Santa Missa campal, na sede da Comunidade Bethânia, em São João Batista, presidida pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. No mesmo dia foi instaurado o Tribunal Diocesano que conduzirá a investigação da vida e obra do Servo de Deus, composto por: Dom Wilson Tadeu Jönk (presidente), padre Tarcísio Vieira (delegado episcopal), padre Alcides Albony Amaral (promotor da causa), Ronaldo Frigini (notário atuário), diácono Roque Inácio Führ (notário adjunto), Paolo Villotta (postulador da causa) e diácono José Neri de Souza (chanceler).
Canonização
A canonização – quando o beato se torna santo – acontece subsequentemente à beatificação e pode ser considerada como “um processo natural”. O mais demorado é o processo de beatificação, devido à abertura da associação e todos os passos que devem ser seguidos.
Para canonização é preciso escolher outro milagre e comprová-lo depois da beatificação. Este milagre, por sua vez, não precisa necessariamente acontecer após a beatificação, mas tem que ser comprovado depois.
Fonte: Comunidade Betânia.
Vídeo: Reportagem e edição – Ronnaldh Oliveira