A vocação e o projeto de vida são temas fundamentais para o discernimento dos jovens, ajudando-os a dar sentido às suas vidas. Esse processo, envolve escutar a vontade de Deus para uma vida em plenitude – para si e para as outras pessoas.
Todo nós temos dons e talentos que somos chamados e chamadas a colocá-los a serviço. Aí entra a nossa vocação, que é mais do que escolher uma carreira profissional.
A vocação é o convite de Deus para viver plenamente. Conforme nos ensina o Papa Francisco na Exortação Apostólica Christus Vivit, “a vocação é o chamado a seguir Jesus pelo caminho único e irrepetível que ele sonhou para nós” (Christus Vivit, 248). Ao abraçar nossa vocação, somos desafiados a descobrir o sentido profundo de nossa existência, discernindo o que nos faz verdadeiramente plenos e realizados
O discernimento espiritual, essencial na espiritualidade cristã, é a chave para construir um projeto de vida em comunhão com a vontade de Deus. Santo Inácio de Loyola nos ensinou a importância de discernir “os movimentos interiores” para encontrar a direção correta em meio às tantas opções da vida.
“Discernir é aprender a ouvir a voz de Deus que fala no coração e indica o caminho a seguir”, como nos recorda o Papa Francisco em sua catequese sobre o discernimento (Catequese, 7/9/2022). A vida não é apenas feita de escolhas, mas de escolhas que ressoam com nossa vocação.
Desenhar um projeto de vida significa sonhar grande, não apenas com nossas ambições pessoais, mas com um horizonte que inclui o outro e o bem comum.
O Papa Francisco insiste: “Sonhai também vós, fazei barulho. Não tenhais medo de sonhar grande” (Christus Vivit, 143). Projetos de vida verdadeiramente significativos são aqueles que superam o individualismo e constroem pontes com os outros, sobretudo os que mais precisam, onde o jovem se vê como parte ativa da construção de um mundo mais justo e solidário.
Quando discernimos nossa vocação, ela se transforma em serviço. É o projeto de vida do serviço, do agir no mundo de maneira concreta, transformando nossa realidade. Santo Inácio nos ensinou que “o amor se deve colocar mais em obras do que em palavras” (Exercícios Espirituais, 230). Nosso projeto de vida não deve ser apenas uma idealização, mas uma missão vivida no dia a dia, no serviço ao próximo e na transformação do mundo ao nosso redor, como resposta ao amor de Deus.